quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Curtas 4/02

Como era previsto, a população e os empresários mais uma vez mostraram sua força e se uniram para protestar contra os projetos criados pelos vereadores. A sessão foi além do que se esperava e, com certeza, essa foi uma sessão que entrará para a história política de Estância Velha. A população fez valer seu direito e reivindicou mesmo! Vaiou, xingou e encarou de frente os vereadores. Os únicos que não “encararam” os vereadores, foram dois cidadãos que se sentaram de costas para o plenário. Porém, o gesto e, principalmente, o que estava escrito nas camisetas, vale mais do que qualquer palavra: “Os políticos são a vergonha do povo!”

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Bah! Rolou tanta coisa, que fica até difícil de falar. Vou escrevendo conforme as coisas forem surgindo...

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Se fossemos resumir em uma frase o que aconteceu, essa frase seria: os vereadores se reuniram para decidir que nada seria decidido. O veto ao projeto dos assessores não foi posto em votação. Foram mais de quatro horas de sessão, de muita coisa que não serviu para quase nada. Valeu – e sempre valerá - a vontade do povo em se manifestar. É verdade que muita gente foi vencida pelo cansaço e deixou a sessão antes do término, mas aqueles que resistiram até o fim, puderam acompanhar a mudança de pensamento da vereadora Sonia Brites, que irá votar para manter o veto, e o surpreendente discurso da vereadora Rosani Morsch, que cogitou mudar o voto, desde que a população cobrasse, a partir de agora, dos dois poderes. Rosani, até então, alimentava que não mudaria sua decisão.

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A vereadora petista, seguindo sua linha reta, mostra-se coerente com a vontade popular. Em dado momento, Rosani disse que algo do tipo “vamos sentar numa mesa e discutir esses projetos”. Pô, alguém arruma logo essa mesinha aí! Brincadeiras à parte, seria louvável a vereadora mudar de opinião, assim como fizeram Geada e Sonia.

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Fora isso, sobraram pedras para “certos meios de comunicação”, como repetiu por diversas vezes o vereador Toquinho. Pelo discurso dos vereadores Dudu e Toquinho, parece que o grande protagonista dessa situação toda é o jornal. Cabe perguntar: será que ambos já esqueceram que eles próprios votaram para aprovar a lei que causou toda essa repercussão? Quer dizer, então, que o jornal é o responsável por isso, só porque noticiou os fatos? Com todo respeito vereadores, os senhores trocaram os pés pelas mãos.

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Chegaram a ser cômicas as tentativas dos vereadores em tentar insinuar à população, de que o jornal era o grande responsável pelo que estava acontecendo. Toquinho teve a capacidade de dizer que estão tentando marginalizar o vereador. Ora, ora vereador! Quanta injustiça... vocês próprios não estão se dando o respeito e estão se auto-rotulando!

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Toquinho quer que os “certos meios de comunicação” (“certos meios de comunicação” repetidas vezes, tão sem noção, quanto discurso do vereador) façam valer as leis criadas pela Câmara. Cabe questionar novamente: não seria esse, de fato, o papel do vereador?

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Os vereadores fizeram da tribuna um palanque de boas intenções e posaram de vítimas perante a comunidade. Porém, são tão ingênuos que acabaram se contradizendo por diversas vezes. Um exemplo. Sobraram discursos “de fazer as vontades do povo”, mas, se os vereadores realmente querem fazer a vontade do povo, deveriam engavetar esse projeto que cria os cargos de assessores, assim estariam fazendo a vontade da população.

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Por fim. No início da sessão, Vira Mato apresentou um slide com diversas fotos de problemas na cidade. Buraco aqui, mato acolá. O vereador usou essas imagens para atacar o Executivo. Se deu mal. A população não gostou nem um pouco da manobra para desviar a atenção do foco e reclamou no plenário. O vereador deveria ter vergonha de cobrar melhorias na cidade, tendo em vista que o orçamento da Câmara é equivalente ou até maior que o orçamento da Secretaria de Obras, levando em conta que a Câmara não realiza conserto de buracos, limpeza das ruas, pintura do meio-fio e etc. Mal sabem os vereadores, que a Secretaria de Obras está fazendo das “tripas coração” para conseguir atender a demanda, mas sempre esbarra na escassez dos recursos.

Um comentário:

Coisa Pública disse...

Isaias. nem tanto ao paraíso, nem tanto ao inferno. Mas, de fato, os vereadores passarão purgando esta atitude. De um modo geral podemos dizer que o legislativo é o retrato do povo que o elegeu. Não creio que entre os suplentes, algo que corresponde a uns 60% dos votos, sejam melhores do que os titulares, porém, "engana-se um o tempo todo, engana-se alguns por algum tempo, mas não se consegue enganar todos o tempo todo". Os vereadores esqueceram este princípio elementar. Ao criticar o trabalho da imprensa, demonstram apenas que tem pouco ou nenhum senso do espiríto democrático. Gostaria de estar presente nesta sessão. Parabéns a população, ao eleitor-cidadão de Estância Velha. Talvez aqui se esteja construindo um novo paradigma do que é uma ação política e cidadão.