segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Guardas e empresário: quero-lhes mostrar uma coisa

Quero-lhes mostrar uma coisa...
Hoje completou uma semana do episódio entre a Guarda e um empresário, no bairro Rincão dos Ilhéus, quando a Guarda usou a arma não letal (pela primeira vez) para detê-lo devido à resistência.
Durante estes dias, os dois lados discordaram da matéria divulgada, cada qual dizendo que houve “privilégios” por parte nossa com um ou com o outro. Já estamos vacinados com este tipo de julgamento, pois é normal as partes se sentirem prejudicadas, sempre. Relevamos estes julgamentos quase sempre, fizemos autoavaliação após estes julgamentos sempre.
Agora convido todos a analisar o texto publicado no dia seguia ao fato. Vejam e tirem suas conclusões.


GUARDAS X EMPRESÁRIO
(TITULO)Guarda usou arma não letal em empresário
(fato, isso aconteceu)
(SUBTITULO)Confusão terminou na delegacia
(fato, isso aconteceu)

Estância Velha – Uma simples ocorrência de infração de trânsito, que poderia ser resolvida em menos de dez minutos, terminou na Delegacia, três horas depois, com um empresário acusando guardas municipais por abuso de autoridade (acusação do empresário, 70 caracteres) e os agentes alegando desacato, desobediência e ameaça por parte do homem (acusação da Guarda, 71 caracteres). Durante a ocorrência, um dos guardas realizou um disparo de arma não letal para conter o empresário, que não aceitava ser conduzido à Delegacia para o registro do fato.
Por volta das 11 horas de ontem, o empresário Moisés Alberto Schmitt, de 50 anos, proprietário da Filó Flores, localizada na rua João XXIII, no bairro Rincão dos Ilhéus, estacionou o veículo da floricultura sobre a calçada para descarregar algumas flores, quando foi abordado por dois agentes da Guarda Municipal que estavam próximos (aguardavam o término da aula, na Escola Fernando Ferrari, para fazer a travessia dos alunos). Os agentes teriam orientado o empresário a retirar o carro do local e iniciaram a confecção de uma multa pela infração. Após retirar o carro e retornar para onde estavam os guardas, é que se iniciou toda a confusão, que reuniu muitos curiosos, seis agentes da Guarda Municipal e uma guarnição da Brigada Militar. (introdução, disso nenhum dos lados fala diferente)

VERSÕES
O empresário Moisés Alberto Schmitt alega que ao iniciar a confecção da multa, os guardas quiseram lhe dar uma “lição de moral”, o que não aceitou. “Além da multa, estavam dando um show de moral em cima de mim, não gostei, me exaltei e os ofendi, assim com me senti ofendido. Não nego isso. Mas em nenhum momento encostei um dedo neles. Por que então deram este tiro? Faz a multa e pronto, não precisa dar show!”, colocou Schmitt. (versão do empresário, 430 caracteres)
Já o comandante da Guarda Municipal, Paulo Roberto de Oliveira, informou que os agentes foram desacatados e ameaçados pelo homem, fato pelo qual o levariam preso à DP. Entretanto, o empresário teria empurrado os guardas, pois não queria ir com os agentes. “Na segunda tentativa de conduzi-lo, os agentes acharam necessário o uso da arma não letal para evitar que alguém ficasse lesionado”, revelou o agente municipal. (versão da Guarda, 417 caracteres)

DISPARO
O homem alegou que foi atingido por dois disparos, sendo o primeiro do lado de fora e o segundo já dentro da floricultura. Disse ainda que foi atingido pelas costas. “Ele foi covarde, estava dentro da minha loja e tentaram me arrastar a força para fora, comigo algemado”, disse. (alegação do empresário, 279 caracteres)
Entretanto, conforme o guarda Paulo de Oliveira, o funcionário público realizou apenas um disparo, sendo que cada um deles solta dois dardos. “Foi apenas um disparo, com duas descargas elétricas. A primeira teve duração de três segundos e a outro de um segundo. A segunda descarga foi necessária para conseguir algemar o homem”, explicou. (alegação da Guarda, 339 caracteres)

Sindicância e processo
Registrada a ocorrência, empresário e guardas foram liberados da Delegacia por volta das 14 horas. O empresário Moisés Alberto Schmitt irá responder processo criminal junto ao Fórum por desacatar, desobedecer e ameaçar os guardas. Mas ele também deve ingressar com uma ação contra os agentes alegando abuso de autoridade. “Isso não pode ficar assim”, concluiu o empresário. (consequência/conclusão pelo lado do empresário, 275 caracteres)
Já os dois guardas envolvidos diretamente na ocorrência terão a conduta investigada em uma sindicância interna, que pode levar de 30 a 60 dias para ser concluída. Enquanto isso, os dois seguem sua rotina e não terão as armas recolhidas. “Até que se prove o contrário, os agentes agiram de forma legítima e continuam trabalhando normalmente”, colocou Oliveira. (consequência/conclusão pelo lado da Guarda, 359 caracteres)

REGISTROS
A arma não letal usada pelos guardas é controlada por um chip, onde ficam armazenados todos os detalhes do manuseio do equipamento (tempo do disparo, hora, dia). Estes dados serão anexados ao processo criminal e na sindicância.
(informação, que serve para os dois lados)


Um comentário:

Daniel Ribeiro disse...

Muito bom. Excelente trabalho.