Quero-lhes mostrar uma coisa...
Hoje completou uma semana do episódio
entre a Guarda e um empresário, no bairro Rincão dos Ilhéus, quando a Guarda
usou a arma não letal (pela primeira vez) para detê-lo devido à resistência.
Durante estes dias, os dois lados
discordaram da matéria divulgada, cada qual dizendo que houve “privilégios” por
parte nossa com um ou com o outro. Já estamos vacinados com este tipo de julgamento,
pois é normal as partes se sentirem prejudicadas, sempre. Relevamos estes
julgamentos quase sempre, fizemos autoavaliação após estes julgamentos sempre.
Agora convido todos a analisar o
texto publicado no dia seguia ao fato. Vejam e tirem suas conclusões.
GUARDAS X EMPRESÁRIO
(TITULO)Guarda usou arma
não letal em empresário
(fato, isso aconteceu)
(SUBTITULO)Confusão
terminou na delegacia
(fato, isso aconteceu)
Estância Velha – Uma simples
ocorrência de infração de trânsito, que poderia ser resolvida em menos de dez
minutos, terminou na Delegacia, três horas depois, com
um empresário acusando guardas municipais por abuso de autoridade (acusação do
empresário, 70 caracteres) e os agentes alegando
desacato, desobediência e ameaça por parte do homem (acusação da Guarda, 71
caracteres). Durante a ocorrência, um dos guardas realizou um disparo de
arma não letal para conter o empresário, que não aceitava ser conduzido à
Delegacia para o registro do fato.
Por volta das 11 horas de ontem, o empresário Moisés Alberto Schmitt,
de 50 anos, proprietário da Filó Flores, localizada na rua João XXIII, no
bairro Rincão dos Ilhéus, estacionou o veículo da floricultura sobre a calçada
para descarregar algumas flores, quando foi abordado por dois agentes da Guarda
Municipal que estavam próximos (aguardavam o término da aula, na Escola
Fernando Ferrari, para fazer a travessia dos alunos). Os agentes teriam
orientado o empresário a retirar o carro do local e iniciaram a confecção de uma
multa pela infração. Após retirar o carro e retornar para onde estavam os
guardas, é que se iniciou toda a confusão, que reuniu muitos curiosos, seis
agentes da Guarda Municipal e uma guarnição da Brigada Militar. (introdução,
disso nenhum dos lados fala diferente)
VERSÕES
O
empresário Moisés Alberto Schmitt alega que ao iniciar a confecção da multa, os
guardas quiseram lhe dar uma “lição de moral”, o que não aceitou. “Além da
multa, estavam dando um show de moral em cima de mim, não gostei, me exaltei e
os ofendi, assim com me senti ofendido. Não nego isso. Mas em nenhum momento
encostei um dedo neles. Por que então deram este tiro? Faz a multa e pronto,
não precisa dar show!”, colocou Schmitt. (versão
do empresário, 430 caracteres)
Já o
comandante da Guarda Municipal, Paulo Roberto de Oliveira, informou que os
agentes foram desacatados e ameaçados pelo homem, fato pelo qual o levariam
preso à DP. Entretanto, o empresário teria empurrado os guardas, pois não
queria ir com os agentes. “Na segunda tentativa de conduzi-lo, os agentes
acharam necessário o uso da arma não letal para evitar que alguém ficasse
lesionado”, revelou o agente municipal. (versão
da Guarda, 417 caracteres)
DISPARO
O homem
alegou que foi atingido por dois disparos, sendo o primeiro do lado de fora e o
segundo já dentro da floricultura. Disse ainda que foi atingido pelas costas.
“Ele foi covarde, estava dentro da minha loja e tentaram me arrastar a força
para fora, comigo algemado”, disse. (alegação
do empresário, 279 caracteres)
Entretanto,
conforme o guarda Paulo de Oliveira, o funcionário público realizou apenas um
disparo, sendo que cada um deles solta dois dardos. “Foi apenas um disparo, com
duas descargas elétricas. A primeira teve duração de três segundos e a outro de
um segundo. A segunda descarga foi necessária para conseguir algemar o homem”,
explicou. (alegação da Guarda, 339 caracteres)
Sindicância e processo
Registrada a ocorrência,
empresário e guardas foram liberados da Delegacia por volta das 14 horas. O empresário Moisés Alberto Schmitt irá responder processo
criminal junto ao Fórum por desacatar, desobedecer e ameaçar os guardas. Mas
ele também deve ingressar com uma ação contra os agentes alegando abuso de
autoridade. “Isso não pode ficar assim”, concluiu o empresário. (consequência/conclusão pelo lado do
empresário, 275 caracteres)
Já os
dois guardas envolvidos diretamente na ocorrência terão a conduta investigada
em uma sindicância interna, que pode levar de 30 a 60 dias para ser concluída.
Enquanto isso, os dois seguem sua rotina e não terão as armas recolhidas. “Até
que se prove o contrário, os agentes agiram de forma legítima e continuam
trabalhando normalmente”, colocou Oliveira. (consequência/conclusão pelo lado da Guarda, 359 caracteres)
REGISTROS
A arma não letal usada pelos guardas é controlada por um chip, onde
ficam armazenados todos os detalhes do manuseio do equipamento (tempo do
disparo, hora, dia). Estes dados serão anexados ao processo criminal e na
sindicância.
(informação, que serve para os dois lados)
Um comentário:
Muito bom. Excelente trabalho.
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